Parou. Não, descompasou.
Tempo que era tempo
Que sonhou com o tempo
Tempo que parou no tempo,
no meu tempo.
Que não é o seu tempo
Andou corrido, sofreu o tempo
Sofreu quem parou no tempo.
Que tempo?
O meu tempo
que descompasou
com o seu tempo.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Tiquetaqueando
O momento é de respirar.
Inspirar o ar que vai te fazer querer ser e expirar a vida acelerada que te impõe o teu ser.
Assim. Pouca, vazia, incessante, escura e cheia barulhenta, corrida.
Cheia de vida cheia.
Cheia de alma vazia.
O relógio não para e os compromissos se atropelam, atropelando nosso cuidado de ser humano.
O cuidado escorre como água por entre nossos dedos.
O amor se escondeu e não deixa ser achado, o carinho não quis brincar e o sorriso se perdeu no pique-esconde dos sentimentos.
Enquanto isso o estresse, a raiva e a amargura estão em roda cantando a modinha que Vô Hades ensinou.
É pela falta, nessa síndrome gauche de Luísa Porto, que se materializa o meu eu.
Gauche eu ou gauche a vida?
Inspirar o ar que vai te fazer querer ser e expirar a vida acelerada que te impõe o teu ser.
Assim. Pouca, vazia, incessante, escura e cheia barulhenta, corrida.
Cheia de vida cheia.
Cheia de alma vazia.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Mais uma vez
Fazia tanto tempo que não me palpitava o coração desse jeito, não ruborizava, assim, sem querer, a pele, o sorriso bobo não me saia da boca.
E foi simples assim, na primeira risada já parecia que eu seria inultimente capaz de parar, e você tão perto. As nossas mãos quase se tocaram e aí, foi magia.
O tempo, tão meu amigo, andou ao meu favor...passou tão devagarinho, e toda hora eu via você do meu lado, me fazendo sentir viva, ainda intensa, ainda a mesma amante às avessas de todos os amores.
Eu queria tanto te falar como o raio de sol que iluminava seu olho e o fazia brilhar te deixava tão grego, e o misto da risada com o sorriso, da voz com a sua misteriosa intensidade me fazia vibrar.
Eu parecia uma menina, sem externar, claro. Então, melhor dizendo, eu me sentia uma menina.
E foi simples assim, na primeira risada já parecia que eu seria inultimente capaz de parar, e você tão perto. As nossas mãos quase se tocaram e aí, foi magia.
O tempo, tão meu amigo, andou ao meu favor...passou tão devagarinho, e toda hora eu via você do meu lado, me fazendo sentir viva, ainda intensa, ainda a mesma amante às avessas de todos os amores.
Eu queria tanto te falar como o raio de sol que iluminava seu olho e o fazia brilhar te deixava tão grego, e o misto da risada com o sorriso, da voz com a sua misteriosa intensidade me fazia vibrar.
Eu parecia uma menina, sem externar, claro. Então, melhor dizendo, eu me sentia uma menina.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Onde está?
No cimento da minha poesia está a areia que a detsrói
No fogo do meu pensamento está a água que dissolve meus atos
Na delícia dos sentimentos está a amargura da auto-sabotagem
Na atitude ainda está a insegurança de menina
Na inteligência encontra-se o dissabor e a apreciação pela ignorância
No impulso ainda consigo medir meus atos e palavras colocando razão na emoção
No segredo guardado pela máscara, os meus olhos me traem e os revelam, como o brilho fundo que nele reluz
O orgulho da solidão dá passagem à carência mais sentida e a esperança, velada e pouco acreditada, ainda ecoa.
Porque no fim está o começo.
No fogo do meu pensamento está a água que dissolve meus atos
Na delícia dos sentimentos está a amargura da auto-sabotagem
Na atitude ainda está a insegurança de menina
Na inteligência encontra-se o dissabor e a apreciação pela ignorância
No impulso ainda consigo medir meus atos e palavras colocando razão na emoção
No segredo guardado pela máscara, os meus olhos me traem e os revelam, como o brilho fundo que nele reluz
O orgulho da solidão dá passagem à carência mais sentida e a esperança, velada e pouco acreditada, ainda ecoa.
Porque no fim está o começo.
Ainda...
Presa
Estagnada
Ainda envolvida
Quando?
Por onde?
Com quem?
Como?
Ainda mexe
Ainda toca
Ainda vibra
Ainda dispara
Com o que?
Ainda imagina
Ainda ilude
Ainda pensa
Ainda perturba
Por que?
Grito preso na
garganta solta
Olhar distanciado
auto-censura
constante
Porque ainda lembra...
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Experiência
Despidamente vestida eu me joguei nos braços de um desconhecido, me entreguei tanto que me perdi em mim mesma e foi difícil me achar de novo. Até agora estou procurando o meu eu, por inteiro, que eu deixei que levassem. Não sei quem nem o que, mas me tirou completamente. Chorei e ri sem saber o porque de o estar fazendo. Estranho, intenso e perturbador. Continua perturbada, um pouco assustada, sem saber que caminho tomar, o que esperar e como me levantar. Aos poucos vou tentando me encaixar em mim, acomodar a minha alma ao meu corpo. Ele rejeita, mas vai cedendo. Assim como a criança que no início rejeita a comida, mas depois cede, por perceber que é necessário. Alma e corpo se reencontrando Exótico, essencial, intenso. A interseção da alma nua com o corpo vestido.
sábado, 2 de abril de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Nova revolução
Eu queria sim, ter vivido na época da revolução. Tenho alma, sangue e cara a tapa de revolucionária.
Eu queria ser um daqueles estudantes gritando por libertação de um governo ineficiente. Queria ser umas daquelas milhões de pessoas pedindo democracia.
Se fosse um pouco antes, seria uma idealista ferrenha e uma esquerdista por natureza. Seria uma daquelas tantas mulheres lutando por igualdade e junto com os homens, seria uma das tantas mulheres brasileiras que foram presas e "sutilmente" torturadas e reprimidas.
Teria sentido o peso de cada ato, mas o orgulho me impediria de desistir ou mudar de opinião.
Vim ao mundo "adulto" e vi que isso ainda existia, que ainda tinham pessoas movidas a ideiais e um pensamento de igualdade. Me perturbou - num bom sentido - um pouco, quase me deixei levar, segurei, pensei, amadureci.
Consegui perceber que essa sede por revoluções, manifestações, passeatas, gritos de ordem, que na época dos meus pais era uma forma de chamar atenção para as questões; hoje virou uma questão de vandalismo e violência, em muitos casos. Se deixarem, o bater panela vira bater no alvo mesmo. Os monumentos e espaços públicos (câmaras, prefeituras, reitorias, restaurantes) são os melhores alvos, não saem do lugar e nem revidam.
A palavra de ordem virou: quebradeira.
Esses jovens que estagnaram em meados na década de 60/70 e quem sabe 80 estão certos de que eles garantirão a valia de seus direitos através de violência. Quebrar tudo não é a solução. Chamar políticos corruptos, nacionais ou internacionais, de ditadores, imperialistas, xiitas e se ocuparem das idéias marxistas como bíblia, não faz mais parte do século em que eles estão inseridos, século da tecnologia, da inovação, da inteligência e cada vez mais, da arte.
É importante saber do que trata o socialismo e todas as outras correntes, é o saber que nunca pode ser descartado, por uma pura questão histórica-mundial. Mas o mais importante é saber do que se trata o direito de um cidadão, é se preencher de valores e caráter. Saber o que é respeito e saber até onde vai o limite dele.
Ainda acredito que podemos mudar muitas coisas. Acredito na revolução da inteligência, da mobilização juvenil-estudantil, nas intervenções artísticas se valendo de todos os meios de divulgação (vantagem sobre os anos revolucionários passados, que não os possuía).
Me assusta um pouco estudar em uma faculdade onde estamos cercados de poesia e arte, e existirem pessoas com um pensamento tão amarrado no que um dia já deu certo. E também só deu certo porque a política do "com ferro fere, com ferro será ferido" sempre se sobressairá, se eram tratados a tapas e pontapés, era com mais tapas e pontapés que seriam ouvidos.
Se hoje estamos vivendo numa política por trás dos panos, utilizemos dessa mesma política, só que com uma ajudinha da época inspiradora para nossos desbravadores, onde as pessoas sabiam driblar a censura e falar exatamente o que queriam.
Vamos criar. Fotografias, poemas, pinturas, esculturas, peças teatrais, livros, jornais, revistas, redes sociais!, grafites, programas.
A revolução pode ser feita, mas sobre um outro prisma, com inteligência e jogo de cintura.
Brigar só vai fazer com que sejamos encarados como vândalos e criaturas perigosas, sendo até, quem sabe, presos com direito à cabelos raspados! Um ultraje!
Eu queria ser um daqueles estudantes gritando por libertação de um governo ineficiente. Queria ser umas daquelas milhões de pessoas pedindo democracia.
Se fosse um pouco antes, seria uma idealista ferrenha e uma esquerdista por natureza. Seria uma daquelas tantas mulheres lutando por igualdade e junto com os homens, seria uma das tantas mulheres brasileiras que foram presas e "sutilmente" torturadas e reprimidas.
Teria sentido o peso de cada ato, mas o orgulho me impediria de desistir ou mudar de opinião.
Vim ao mundo "adulto" e vi que isso ainda existia, que ainda tinham pessoas movidas a ideiais e um pensamento de igualdade. Me perturbou - num bom sentido - um pouco, quase me deixei levar, segurei, pensei, amadureci.
Consegui perceber que essa sede por revoluções, manifestações, passeatas, gritos de ordem, que na época dos meus pais era uma forma de chamar atenção para as questões; hoje virou uma questão de vandalismo e violência, em muitos casos. Se deixarem, o bater panela vira bater no alvo mesmo. Os monumentos e espaços públicos (câmaras, prefeituras, reitorias, restaurantes) são os melhores alvos, não saem do lugar e nem revidam.
A palavra de ordem virou: quebradeira.
Esses jovens que estagnaram em meados na década de 60/70 e quem sabe 80 estão certos de que eles garantirão a valia de seus direitos através de violência. Quebrar tudo não é a solução. Chamar políticos corruptos, nacionais ou internacionais, de ditadores, imperialistas, xiitas e se ocuparem das idéias marxistas como bíblia, não faz mais parte do século em que eles estão inseridos, século da tecnologia, da inovação, da inteligência e cada vez mais, da arte.
É importante saber do que trata o socialismo e todas as outras correntes, é o saber que nunca pode ser descartado, por uma pura questão histórica-mundial. Mas o mais importante é saber do que se trata o direito de um cidadão, é se preencher de valores e caráter. Saber o que é respeito e saber até onde vai o limite dele.
Ainda acredito que podemos mudar muitas coisas. Acredito na revolução da inteligência, da mobilização juvenil-estudantil, nas intervenções artísticas se valendo de todos os meios de divulgação (vantagem sobre os anos revolucionários passados, que não os possuía).
Me assusta um pouco estudar em uma faculdade onde estamos cercados de poesia e arte, e existirem pessoas com um pensamento tão amarrado no que um dia já deu certo. E também só deu certo porque a política do "com ferro fere, com ferro será ferido" sempre se sobressairá, se eram tratados a tapas e pontapés, era com mais tapas e pontapés que seriam ouvidos.
Se hoje estamos vivendo numa política por trás dos panos, utilizemos dessa mesma política, só que com uma ajudinha da época inspiradora para nossos desbravadores, onde as pessoas sabiam driblar a censura e falar exatamente o que queriam.
Vamos criar. Fotografias, poemas, pinturas, esculturas, peças teatrais, livros, jornais, revistas, redes sociais!, grafites, programas.
A revolução pode ser feita, mas sobre um outro prisma, com inteligência e jogo de cintura.
Brigar só vai fazer com que sejamos encarados como vândalos e criaturas perigosas, sendo até, quem sabe, presos com direito à cabelos raspados! Um ultraje!
terça-feira, 15 de março de 2011
Viva? (!)
Na verdade está me incomodando essa autosabotagem
Esse escreve não escreve ou esse não ter o que escrever
Ou, melhor dizendo, não saber sobre o que escrever
Me baseio em experiências e na troca delas,
nos amores esquecidos e mal resolvidos.
Me baseio nos sonhos, nas ilusões e no vivido de mentirinha
Se é a vida que me inspira chego à conclusão que não vivo mais?
Vivo numa incógnita constante, numa ilusão delirante ou numa realidade chocante?
Continuo viva.
Danço, canto, brinco, estudo, trabalho...
mas não escrevo mais, o que me mata por dentro.
Esse escreve não escreve ou esse não ter o que escrever
Ou, melhor dizendo, não saber sobre o que escrever
Me baseio em experiências e na troca delas,
nos amores esquecidos e mal resolvidos.
Me baseio nos sonhos, nas ilusões e no vivido de mentirinha
Se é a vida que me inspira chego à conclusão que não vivo mais?
Vivo numa incógnita constante, numa ilusão delirante ou numa realidade chocante?
Continuo viva.
Danço, canto, brinco, estudo, trabalho...
mas não escrevo mais, o que me mata por dentro.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Um brinde com um outro autor
Elogio ao Amor
Miguel Esteves Cardoso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá tudo bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, atristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não épara nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá paraperceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida.
A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá tudo bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, atristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não épara nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá paraperceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida.
A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Menina/mulher
A menina escondida na mulher.
A cabeça amadurecida, as responsabilidades (que já eram grandes e não acompanhavam a idade) cada vez mais exatas, presentes e ameaçadoras; a cobrança nítida, a vontade do prazer maduro e a simplicidade do não esconde-esconde.
A mulher tomando conta da menina.
Cheia de angústias, medos e, por quê não, frescurices; as dúvidas, as especulações somadas às ilusões e a síndrome de peter pan.
A menina sendo excluída pela mulher.
Agora uma mulher completa, com sonhos e buscando as suas realizações, posições e opiniões.
Mas....
...com vontade de ser menina.
A cabeça amadurecida, as responsabilidades (que já eram grandes e não acompanhavam a idade) cada vez mais exatas, presentes e ameaçadoras; a cobrança nítida, a vontade do prazer maduro e a simplicidade do não esconde-esconde.
A mulher tomando conta da menina.
Cheia de angústias, medos e, por quê não, frescurices; as dúvidas, as especulações somadas às ilusões e a síndrome de peter pan.
A menina sendo excluída pela mulher.
Agora uma mulher completa, com sonhos e buscando as suas realizações, posições e opiniões.
Mas....
...com vontade de ser menina.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
"Feliz aniversário"
As balas, que não eram de açúcar, começaram a comer ao invés de serem comidas.
O doce deu lugar ao amargo e ao invés de alegria, trouxe tristeza e desespero.
O bolo se transformou na junção de corpos e não de massa. A interseção é que os dois foram (a)batidos.
A música era curta e seca, e não continuada e quente.
O suco de groselha era verdadeiro e mais vermelho do que o normal!
As cartas com declarações de carinho deram lugar a pedidos de ajuda.
Não é uma menininha(o) de cinco anos que vai soprar a vela e deixar todos na escuridão.
Mas alguns homens fardados e outros esfarrapados.
O doce deu lugar ao amargo e ao invés de alegria, trouxe tristeza e desespero.
O bolo se transformou na junção de corpos e não de massa. A interseção é que os dois foram (a)batidos.
A música era curta e seca, e não continuada e quente.
O suco de groselha era verdadeiro e mais vermelho do que o normal!
As cartas com declarações de carinho deram lugar a pedidos de ajuda.
Não é uma menininha(o) de cinco anos que vai soprar a vela e deixar todos na escuridão.
Mas alguns homens fardados e outros esfarrapados.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Capacidade de beleza
Pra quem tem vontade de fazer alguma coisa! Depois de tanto terrorismo vamos espalhar o "amorismo".
Convidamos todos para participar do movimento cívico-artístico no Rio de Janeiro.
O que é isso? Simples!
Monte o seu grupo (ainda que seja um bloco-do-eu-sozinho) e faça uma intervenção urbana usando o que você tem de melhor (teatro, circo, música, poesia, fotografia, abraços, sorrisos, gestos, palavras etc).
O grupo deve mandar a ficha de incrição ATÉ O DIA 10 DE DEZEMBRO!
No dia 11 enviaremos a programação.
Caso o grupo não concorde com a escala, estaremos recebendo as sugestões.
Vamos nos espalhar pela cidade nos dias 15, 16 e 17 de dezembro.
Seremos um formigueiro pela arte, pela paz, pelo cidadão, pelos sonhos e principalmente pela Cidade Maravilhosa!
Lembrando tudo acontecerá nos dias 15, 16 E 17 DE DEZEMBRO
"Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor"
Maiores informações no blog: http://www.sermovimento.blogspot.com/
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Bate-bola
1- Precisa disso tudo?
2- Ai que horror!
3- Que escândalo!
4- Um abuso!
5- Um ultraje!
6- Uma mentira!
7- O que?!
1- Esse episódio.
7- Quando foi?
1- Agora, cê não viu?!
7- Não.
1- Onde cê tá com a cabeça?
7- Por aí....
1- Aonde?
7- Num episódio!
1- Quando foi?
7- Agora, você não viu?!
26/10/2010
2- Ai que horror!
3- Que escândalo!
4- Um abuso!
5- Um ultraje!
6- Uma mentira!
7- O que?!
1- Esse episódio.
7- Quando foi?
1- Agora, cê não viu?!
7- Não.
1- Onde cê tá com a cabeça?
7- Por aí....
1- Aonde?
7- Num episódio!
1- Quando foi?
7- Agora, você não viu?!
26/10/2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
[Re]Começo
Tudo voltando a rotina. Mais seis meses de correria e menos seis meses para uma vida totalmente adulta.
Agora com mais compromisso, tendo que ter mais ambição.
Dançar conforme a música. Toca uma ópera, mas eu quero cantar um samba - bem descompromissado, no melhor estilo despojado.
Os sonhos vão aos poucos se rendendo a necessidade, mas como ainda conservo minha alma de menina não consigo deixá-los para trás. E me apego à eles como quem se agarra a qualquer possibilidade de sobrevivência depois de um naufrágio.
Tento me virar em mil para conservá-los comigo e minha alma não escapar.
Neste exato momento eles estão de olhos fechados apenas, não dormindo. Só descansando a vista.
Vou tentando me reorganizar e procurar novos meios de me encontrar.
Um lado está parado enquanto um outro, anda. Devagar, mas anda.
Sonhos...
O que são eles? Porque nos atormentam?
- Corra atrás!
É o que sempre nos dizem para nos dar forças, mas logo a realidade te puxa e coloca seus pés no chão mais uma vez.
Pés firmes no chão e a cabeça flutuante no céu.
Agora com mais compromisso, tendo que ter mais ambição.
Dançar conforme a música. Toca uma ópera, mas eu quero cantar um samba - bem descompromissado, no melhor estilo despojado.
Os sonhos vão aos poucos se rendendo a necessidade, mas como ainda conservo minha alma de menina não consigo deixá-los para trás. E me apego à eles como quem se agarra a qualquer possibilidade de sobrevivência depois de um naufrágio.
Tento me virar em mil para conservá-los comigo e minha alma não escapar.
Neste exato momento eles estão de olhos fechados apenas, não dormindo. Só descansando a vista.
Vou tentando me reorganizar e procurar novos meios de me encontrar.
Um lado está parado enquanto um outro, anda. Devagar, mas anda.
Sonhos...
O que são eles? Porque nos atormentam?
- Corra atrás!
É o que sempre nos dizem para nos dar forças, mas logo a realidade te puxa e coloca seus pés no chão mais uma vez.
Pés firmes no chão e a cabeça flutuante no céu.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Traçados
Era perfeito demais pra mim.
Combinava em tudo. Era realidade que não dava assim.
Seria tudo tão perfeitamente perfeito que a perfeição incomodaria.
Viraria rotina, chatice!
E como tudo que deve ser será...
...Não foi.
Combinava em tudo. Era realidade que não dava assim.
Seria tudo tão perfeitamente perfeito que a perfeição incomodaria.
Viraria rotina, chatice!
E como tudo que deve ser será...
...Não foi.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Direção contrária
Perigo de vida
alta tensão
Hoje existe alguém na
contramão
Nadando contra a maré
Indo contra o vento,
que está forte e veloz.
O vento joga seus cabelos
para trás
Mas não naquela delicadeza
de uma brisa
É feroz e ferozmente é devorada
pelo ímpeto de andar.
Sem rumo, sem destino
Andar para ver o tempo
parar.
alta tensão
Hoje existe alguém na
contramão
Nadando contra a maré
Indo contra o vento,
que está forte e veloz.
O vento joga seus cabelos
para trás
Mas não naquela delicadeza
de uma brisa
É feroz e ferozmente é devorada
pelo ímpeto de andar.
Sem rumo, sem destino
Andar para ver o tempo
parar.
domingo, 4 de abril de 2010
Profecia
Foi assim, numa dessas noites sujas
Num buteco bebendo a loura gelada
Que o cigano leu as linhas da sua mão
Com muita firmeza confirmou:
o amor só iria se mostrar numa linha tênue
Que já teria passado em alguma madrugada
No começo riu sem acreditar
Eram absurdos dirigidos a uma eterna amante
Mas levou a embriaguez do sujeito em consideração.
O tempo passou num piscar de olhos
E a sensação descrita pelo cigano aquela noite era delirante
Bateu a insegurança e começou a ficar encucada
Futuros imprecisos sem expectativas
Dúvidas lançadas na roleta russa da vida
Será ela mais uma vez amada?
Num buteco bebendo a loura gelada
Que o cigano leu as linhas da sua mão
Com muita firmeza confirmou:
o amor só iria se mostrar numa linha tênue
Que já teria passado em alguma madrugada
No começo riu sem acreditar
Eram absurdos dirigidos a uma eterna amante
Mas levou a embriaguez do sujeito em consideração.
O tempo passou num piscar de olhos
E a sensação descrita pelo cigano aquela noite era delirante
Bateu a insegurança e começou a ficar encucada
Futuros imprecisos sem expectativas
Dúvidas lançadas na roleta russa da vida
Será ela mais uma vez amada?
terça-feira, 16 de março de 2010
Sem ação
Pensa e boceja.
Pensa, chora e ri.
Pensa no nada,
no amanhã.
Pensa e acalma.
Pensa e pisca.
Pensa em tudo...
confuso.
Pensa em dizer.
Pensa em agir.
Pensa e olha.
Pensa e analisa,
atos, palavras
e sentimentos.
Pensa em ser,
mais, ou menos.
Pensa em querer,
você.
Pensa e não sai do lugar.
Pensa, chora e ri.
Pensa no nada,
no amanhã.
Pensa e acalma.
Pensa e pisca.
Pensa em tudo...
confuso.
Pensa em dizer.
Pensa em agir.
Pensa e olha.
Pensa e analisa,
atos, palavras
e sentimentos.
Pensa em ser,
mais, ou menos.
Pensa em querer,
você.
Pensa e não sai do lugar.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Nacionalista, sim.
O meu coração bate. Pelo verde das matas, pelo azul do céu e pelo amarelo do ouro que um dia já existiu. Assim completo a minha pátria, com suas estrelas e a frase mais famosa: "Ordem e progresso".
Que não tem sido seguida a risca, devemos reconhecer.
Mas é o país das belezas naturais, das praias deslumbrantes e do calor dos carnavais.
Dos poetas da boemia e de Vinícius de Moraes.
A característica marcante do seu povo é a força do trabalho, é a luta pela sobrevivência, num misto de garra e paixão.
Podemos simbolizar então pela imagem do homem vil, ó pátria amada Brasil.
Que não tem sido seguida a risca, devemos reconhecer.
Mas é o país das belezas naturais, das praias deslumbrantes e do calor dos carnavais.
Dos poetas da boemia e de Vinícius de Moraes.
A característica marcante do seu povo é a força do trabalho, é a luta pela sobrevivência, num misto de garra e paixão.
Podemos simbolizar então pela imagem do homem vil, ó pátria amada Brasil.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Ilusões do inconsciente em plena madrugada
Hoje eu sonhei.
Sonhei com você
E com a noite surpreendente
que não aconteceu.
Sonhei com o beijo encaixado
O toque da língua,
dos corpos.
Sonhei com a química perfeita
O entrelaço das pernas
O tesão escorrendo
com o sopro do vento.
O escuro, o claro.
O calor do tremor
da verossimilhança incrível.
Acordei assustada,
um pouco suada.
Fiquei uns minutos sem ação
Apenas lembrando,
e me lamentando.
Por não ter a coragem
de me mostrar e agarrar
aquela certa oportunidade
O sorriso que denunciava
a sua mínima curiosidade
de me conhecer.
Parcialmente
Ou...por inteiro
E assim continuou
o meu dia acabou
o sonho passou,
e a vontade também.
Você poderia,
mas não marcou.
Sonhei com você
E com a noite surpreendente
que não aconteceu.
Sonhei com o beijo encaixado
O toque da língua,
dos corpos.
Sonhei com a química perfeita
O entrelaço das pernas
O tesão escorrendo
com o sopro do vento.
O escuro, o claro.
O calor do tremor
da verossimilhança incrível.
Acordei assustada,
um pouco suada.
Fiquei uns minutos sem ação
Apenas lembrando,
e me lamentando.
Por não ter a coragem
de me mostrar e agarrar
aquela certa oportunidade
O sorriso que denunciava
a sua mínima curiosidade
de me conhecer.
Parcialmente
Ou...por inteiro
E assim continuou
o meu dia acabou
o sonho passou,
e a vontade também.
Você poderia,
mas não marcou.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Sem hora certa
Que o amor não chegue com data e hora, mas que não demore. A solidão é boa, mas quando constante é tediosa. O vazio de um amor ou mesmo uma paixão não se preenche com amizade. São relações diferentes, sentimentos que não se interligam pela nossa vontade. Todos querem pelo menos por um segundo ser dependentes. Dependentes de beijos e carinhos de um certo alguém. Começa então um período chato de auto-crítica constante e leva junto a auto-confiança. Parece que nesse período não é possível se deixar envolver por ninguém, ou é até mesmo "proibido" pensar que pode ter um dia alguém como aquele que te interessou.
A vida amorosa se transforma numa concha aberta que vai se fechando aos poucos. E quando fechar? O que vai sobrar?
A vida amorosa se transforma numa concha aberta que vai se fechando aos poucos. E quando fechar? O que vai sobrar?
26/10/2009
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Redescobrir
Gritei a liberdade de menina.
Era o dia de fazê-lo.
Sem medo, era fácil, só se entregar
e eu me entreguei.
À brisa que soprava no jardim a pouco florescido, aos pássaros que vinham de quando em quando à beira da piscina e a velocidade das asas do beija-flor.
Cantei e toquei ao ritimo da liberdade, mesmo sem saber o que era.
Era o dia de fazê-lo.
Sem medo, era fácil, só se entregar
e eu me entreguei.
À brisa que soprava no jardim a pouco florescido, aos pássaros que vinham de quando em quando à beira da piscina e a velocidade das asas do beija-flor.
Cantei e toquei ao ritimo da liberdade, mesmo sem saber o que era.
08/09/09
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Recorte
Sinto que tenho que te falar isso. Eu sofri!
Será que você vai conseguir entender? Diz que sim, que mesmo assim você não vai me julgar.
Eu sou humana, posso tropeçar. No jeito, no amor, no andar.
Eu caí, mas levantei. Você não quer ouvir?
Eu venci!
Sinto-me orgulhosa de mim mesma, mas confesso que às vezes, fraca.
Mas eu consigo parar de pensar e cavalgar por linhas mais estreitas, na corda bamba da equilibrista. E algumas vezes dou uma volta no picadeiro e me atiram aos leões, mas olha que engraçado, eu sempre consigo escapar.
Tá conseguindo acompanhar? Não?! Ok, eu posso ir mais devagar.
Pra te falar das andanças que vivi, dos amores que esqueci e dos dias que sorri.
Será que você vai conseguir entender? Diz que sim, que mesmo assim você não vai me julgar.
Eu sou humana, posso tropeçar. No jeito, no amor, no andar.
Eu caí, mas levantei. Você não quer ouvir?
Eu venci!
Sinto-me orgulhosa de mim mesma, mas confesso que às vezes, fraca.
Mas eu consigo parar de pensar e cavalgar por linhas mais estreitas, na corda bamba da equilibrista. E algumas vezes dou uma volta no picadeiro e me atiram aos leões, mas olha que engraçado, eu sempre consigo escapar.
Tá conseguindo acompanhar? Não?! Ok, eu posso ir mais devagar.
Pra te falar das andanças que vivi, dos amores que esqueci e dos dias que sorri.
22/02/2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Confiança exacerbada
A menina foi jogada ao leão
sem base,sem instrução
Deu a cara a tapa
e aceitou o compromisso,
Mas logo em seguida quem lhe guiava
deu um sumiço.
As coisas ficaram difíceis
e logo veio um furacão.
Tiveram brigas, desentimentos
Teve até decepção,
com ela mesma, com os outros
e com quem chamava irmão.
Perdeu as esperanças e pensou em abandonar tudo.
Mas a fé foi mais forte
e ela continuou.
Ficou sem muitas respostas,
que lhe martelam à cabeça até hoje.
Ficou noites sem dormir
e procurou explicação.
Foi paciente, a assistência não veio
Ela até tentou um meio,
de comunicação.
Agora não quer mais saber
procura caminhar com o que tem.
Vai se levantando aos poucos,
mas a mágoa não é tão fácil de cicatrizar
A ferida ainda está ali,
o sangue apenas estancou.
Mas a menina só quer que você saiba
a dor que causou.
Para se por acaso, lhe acontecer algo parecido
mais à frente.
Você saiba com a pessoa, agir honestamente.
sem base,sem instrução
Deu a cara a tapa
e aceitou o compromisso,
Mas logo em seguida quem lhe guiava
deu um sumiço.
As coisas ficaram difíceis
e logo veio um furacão.
Tiveram brigas, desentimentos
Teve até decepção,
com ela mesma, com os outros
e com quem chamava irmão.
Perdeu as esperanças e pensou em abandonar tudo.
Mas a fé foi mais forte
e ela continuou.
Ficou sem muitas respostas,
que lhe martelam à cabeça até hoje.
Ficou noites sem dormir
e procurou explicação.
Foi paciente, a assistência não veio
Ela até tentou um meio,
de comunicação.
Agora não quer mais saber
procura caminhar com o que tem.
Vai se levantando aos poucos,
mas a mágoa não é tão fácil de cicatrizar
A ferida ainda está ali,
o sangue apenas estancou.
Mas a menina só quer que você saiba
a dor que causou.
Para se por acaso, lhe acontecer algo parecido
mais à frente.
Você saiba com a pessoa, agir honestamente.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Através do meu olhar
Estranho como um raio de sol em plena madrugada. Risonho como uma criança que acaba de ganhar um presente. Brincalhão como o palhaço que faz as piadas no picadeiro. Tão sério quanto um bobo da corte poderia ser. Misterioso como a lua que só se mostra pra quem quer, dependendo do lugar e da ocasião. Sentimental como o casal apaixonado que acaba de embarcar no romance. Nem tão aventureiro assim, às vezes medroso como se tivesse sendo jogado aos leões. Desligado de opniões. Modesto como o mais bonito dos homens (como se pudesse). Chato como uma pedra que entra no nosso sapato no meio de uma longa caminhada, mas que logo conseguimos removê-la. Esperto como um gato que se esquiva quando quer e sabe sair de fininho de qualquer situação. Inteligente como se só vivesse cercado de intelectuais. Distante como uma viagem até o Japão com passagem comprada mas sem estadia garantida.
Sopa de letrinhas
Ingredientes:
Papel (quanto precisar)
1 caneta
Muita história para contar
Imaginação à vontade
1 pitada de humor ou de dor (fique à vontade para escolher)
1 vocabulário razoável
Tempo
1 canto sossegado
Modo de fazer:
Pegue o canto sossegado e a quantidade de tempo que precisar (há quem diga que uma hora basta), acrescente aos poucos o vocabulário. Numa bacia, junte as histórias pra contar, a imaginação à gosto e escolha a pitada de humor ou de dor para acrescentar também. Misture bem até ficar consistente.
Unte o papel com a caneta e despeje a mistura. Leve ao fogo baixo só para aquecer. Sirva em pequenas cambucas e deixe que os outros provem.
Bom apetite!
Papel (quanto precisar)
1 caneta
Muita história para contar
Imaginação à vontade
1 pitada de humor ou de dor (fique à vontade para escolher)
1 vocabulário razoável
Tempo
1 canto sossegado
Modo de fazer:
Pegue o canto sossegado e a quantidade de tempo que precisar (há quem diga que uma hora basta), acrescente aos poucos o vocabulário. Numa bacia, junte as histórias pra contar, a imaginação à gosto e escolha a pitada de humor ou de dor para acrescentar também. Misture bem até ficar consistente.
Unte o papel com a caneta e despeje a mistura. Leve ao fogo baixo só para aquecer. Sirva em pequenas cambucas e deixe que os outros provem.
Bom apetite!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Palavras que fiz só pra você
A separação sempre nos faz ficar um pouco nostálgicos. Tento me esquivar dessa característica, mas tem sido difícil lembrar que você não estará aqui e já não está.
A compreensão é primordial e eu compreendo, mas sentirei saudades. De cada sorriso seu e de cada lágrima também, elas faziam eu enxergar que por trás daquela casca existia um ser humano, que não estava livre dos mais sensíveis sentimentos.
As dificuldades fizeram a gente crescer e nós aproveitamos para desenvolver o melhor lado de uma pessoa, o humor.
Não sei como vai ser daqui pra frente, mas toda vez que eu puder desejar alguma coisa, desejarei te ver em breve e bem.
É difícil também fazer dedicatórias, e não é essa a intenção desse texto.
É marcar algo que é importante; e você foi, é e sempre será.
Pra terminar deixo um: eu te amo. mas não qualquer um, é o mais sincero que eu já consegui dizer até hoje.
A compreensão é primordial e eu compreendo, mas sentirei saudades. De cada sorriso seu e de cada lágrima também, elas faziam eu enxergar que por trás daquela casca existia um ser humano, que não estava livre dos mais sensíveis sentimentos.
As dificuldades fizeram a gente crescer e nós aproveitamos para desenvolver o melhor lado de uma pessoa, o humor.
Não sei como vai ser daqui pra frente, mas toda vez que eu puder desejar alguma coisa, desejarei te ver em breve e bem.
É difícil também fazer dedicatórias, e não é essa a intenção desse texto.
É marcar algo que é importante; e você foi, é e sempre será.
Pra terminar deixo um: eu te amo. mas não qualquer um, é o mais sincero que eu já consegui dizer até hoje.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Ações a varejo!
Construa.
Sorria. Ria. Seja. Experimente. Sofra. Argumente. Pinte. Leia. Escreva. Cante. Chore. Ria mais. Brinque. Brinde. Escute. Machuque um pouco. Apanhe também. Ande. Corra. Exercite. Imagine. Crie. Recrie. Olhe.
Repare: aqui, ali.
Relaxe. Use. Abuse.
Tenha e não tenha: medo, ódio, lucidez, loucura.
Ame.
Esteja: disposto, bobo, chato, cansado, em pé, acordado.
Avance. Recue. Feche.
Abra: os olhos, a mente, as pernas.
Bata. Acalente. Disfarce. Mostre-se.
Faça: comida, carinho, besteira, amor.
Durma. Acorde.
Levante-se: da cadeira, da cama, do sofá.
Ganhe. Perca. Grite. Fale.
Desconstrua.
Sorria. Ria. Seja. Experimente. Sofra. Argumente. Pinte. Leia. Escreva. Cante. Chore. Ria mais. Brinque. Brinde. Escute. Machuque um pouco. Apanhe também. Ande. Corra. Exercite. Imagine. Crie. Recrie. Olhe.
Repare: aqui, ali.
Relaxe. Use. Abuse.
Tenha e não tenha: medo, ódio, lucidez, loucura.
Ame.
Esteja: disposto, bobo, chato, cansado, em pé, acordado.
Avance. Recue. Feche.
Abra: os olhos, a mente, as pernas.
Bata. Acalente. Disfarce. Mostre-se.
Faça: comida, carinho, besteira, amor.
Durma. Acorde.
Levante-se: da cadeira, da cama, do sofá.
Ganhe. Perca. Grite. Fale.
Desconstrua.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Um texto para um certo alguém
Os sentimentos que não cabem. O palpitar do coração com bobagem. O escrever sem razão. E a paixão sem pretensão.
Não sei o que pensar e por isso me pego sem saber o que escrever. Estou confusa por uma simples razão, você.
Me apaixonei pelo jeito peculiar e por ter encontrado muita coisa do que sempre gostei reunidas aí em você. Pela conversa e pelas coisas em comum (sem essa de ser adepto do: "os opostos se atraem").
Mas como não sei o que esperar, fico sem saber que atitude tomar. Quero mostrar que te quero com uma vontade de querer sem querer. Às vezes acho que sim, outras acho que não. Não sei se é jogo seu ou pura ilusão.
E você é audacioso demais, toma conta dos meus pensamentos como se eu não fosse capaz de ir contra toda essa besta sedução.
Por ter esse jeito que só você tem e nem mesmo sabe, é que me prendeu, E tá difícil de sair.
Me deixa aqui, mergulhada em um monte de textos incompletos que eu tentei escrever para dizer o que você me fez sentir.
Não sei o que pensar e por isso me pego sem saber o que escrever. Estou confusa por uma simples razão, você.
Me apaixonei pelo jeito peculiar e por ter encontrado muita coisa do que sempre gostei reunidas aí em você. Pela conversa e pelas coisas em comum (sem essa de ser adepto do: "os opostos se atraem").
Mas como não sei o que esperar, fico sem saber que atitude tomar. Quero mostrar que te quero com uma vontade de querer sem querer. Às vezes acho que sim, outras acho que não. Não sei se é jogo seu ou pura ilusão.
E você é audacioso demais, toma conta dos meus pensamentos como se eu não fosse capaz de ir contra toda essa besta sedução.
Por ter esse jeito que só você tem e nem mesmo sabe, é que me prendeu, E tá difícil de sair.
Me deixa aqui, mergulhada em um monte de textos incompletos que eu tentei escrever para dizer o que você me fez sentir.
Falta
Hoje eu quis escrever
e não tive com o que me inspirar
Tentei buscar assuntos e
fui infeliz
Revirei meus pensamentos
mas nada veio
Pensei nos meus anseios e
no que fiz
Escrevi umas porcarias
Não gostei
E só o que saiu
foram esses versos(?) tortos
Eu não me inspirei
não porque não quis.
e não tive com o que me inspirar
Tentei buscar assuntos e
fui infeliz
Revirei meus pensamentos
mas nada veio
Pensei nos meus anseios e
no que fiz
Escrevi umas porcarias
Não gostei
E só o que saiu
foram esses versos(?) tortos
Eu não me inspirei
não porque não quis.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Pré-julgamento
Olhamos alguém e inevitavelmente essa pessoa não escapa ao nosso julgamento da primeira impressão.
Às vezes, alguém que aparentemente nos parece uma pessoa de caráter bom, valores parecidos com os nossos, na realidade não é. E isso acaba com a gente.
É engraçado.
Porque nos decepcionamos quando alguém que pensávamos ser de boa índole nos mostra que existe no fundo dela alguns valores deturpados (veja bem, valores deturpados ao nosso ponto de vista, não defeitos, porque isso todo mundo tem e eu não procuro alguém perfeito) e quando é o contrário, o espanto ou qualquer outro sentimento que possa nos causar, não é tão vivo assim.
Fico sempre tentando não pré-julgar ninguém, mas ao meu ver na nossa educação e no nosso mundo, isso é humanamente impossível. Então caio sempre nas armações da primeira impressão.
Tenho que confessar que eu pré-julguei uma pessoa a pouco tempo e me decepcionei, ou melhor, acho que estou me decepcionando. Não porque com o convívio passei a conhecer mais dela e vi que ela tem seus defeitos, mas porque vi que os valores que eu achava que ela tinha e que ela tinha me vendido, não acontecem muito bem na prática.
É...palavras são fáceis de serem ditas, mas as atitudes difíceis de serem controladas.
E é aí, em cada atitude que as pessoas tomam que eu começo a ver realmente quem elas são.
Psiu, eu acho que errei com você.
Estou um pouco triste por um lado.
Mas vou continuar te observando para formar a minha opnião. Eu posso não falar muito e ser tímida, mas meu ouvido e minha cabeça não são.
Às vezes, alguém que aparentemente nos parece uma pessoa de caráter bom, valores parecidos com os nossos, na realidade não é. E isso acaba com a gente.
É engraçado.
Porque nos decepcionamos quando alguém que pensávamos ser de boa índole nos mostra que existe no fundo dela alguns valores deturpados (veja bem, valores deturpados ao nosso ponto de vista, não defeitos, porque isso todo mundo tem e eu não procuro alguém perfeito) e quando é o contrário, o espanto ou qualquer outro sentimento que possa nos causar, não é tão vivo assim.
Fico sempre tentando não pré-julgar ninguém, mas ao meu ver na nossa educação e no nosso mundo, isso é humanamente impossível. Então caio sempre nas armações da primeira impressão.
Tenho que confessar que eu pré-julguei uma pessoa a pouco tempo e me decepcionei, ou melhor, acho que estou me decepcionando. Não porque com o convívio passei a conhecer mais dela e vi que ela tem seus defeitos, mas porque vi que os valores que eu achava que ela tinha e que ela tinha me vendido, não acontecem muito bem na prática.
É...palavras são fáceis de serem ditas, mas as atitudes difíceis de serem controladas.
E é aí, em cada atitude que as pessoas tomam que eu começo a ver realmente quem elas são.
Psiu, eu acho que errei com você.
Estou um pouco triste por um lado.
Mas vou continuar te observando para formar a minha opnião. Eu posso não falar muito e ser tímida, mas meu ouvido e minha cabeça não são.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Tome nota
Há tanto tempo sozinha
Sem se importar
Mas ao mesmo tempo cansada
Dessa vida desregrada
Do amor que lhe esqueceu
De não ter quem abraçar
Há tanto tempo deitando em vários colos
Sem encontrar algum
que lhe fizesse aquietar
Sentindo cheiros diferentes
Conhecendo tanta gente
Rindo por não amar
Há tanto tempo se orgulhando
da sua vida de solteira
Mas a vida é passageira
e ela agora, está começando a notar.
Sem se importar
Mas ao mesmo tempo cansada
Dessa vida desregrada
Do amor que lhe esqueceu
De não ter quem abraçar
Há tanto tempo deitando em vários colos
Sem encontrar algum
que lhe fizesse aquietar
Sentindo cheiros diferentes
Conhecendo tanta gente
Rindo por não amar
Há tanto tempo se orgulhando
da sua vida de solteira
Mas a vida é passageira
e ela agora, está começando a notar.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Um breve pensamento
Cansei dos textos baratos e medíocres cheirando a clichê absoluto.
Porque só cantar ao mundo a tristeza, a solidão, os amores perdidos e mal-resolvidos como se nossas vidas se constituíssem só de penhascos?
O que temos nós que não conseguimos externar pela arte, seja ela qual for, os nossos sentimentos de alegria. Ou até conseguimos fazê-lo, mas não com tanto despreendimento como fazemos com os assuntos "obscuros".
Será que isso é o nosso contemporâneo?
É essa auto-sabotagem geral dos novos intelectuais que está começando a me irritar.
Afinal, quem são e o que são os novos intelectuais?
Andei lendo sobre como o mundo se abriu com o advento da internet, como ficou mais fácil a comunicação e a troca da arte e das experiências. Como tem surgido mais facilmente os escritores e como existe uma crítica conjunta aos textos dos "blogueiros". O que só mostra a independência da produção literária.
Será que são esses os novos pensadores?
Estudando em literatura, descobri que os intelectuais são poucos e geniais, simplesmente quem consegue ver a luz na escuridão e enxergar que o contraditório e o paradoxal não o são. O resultado disso é uma inovação a qual, parando para refletir, não consigo perceber hoje.
Difícil se achar capaz de escrever qualquer coisa tendo esse prisma como ponto de partida.
Eu vou tentando me libertar dessa coisa estigmatizada.
Mas por quanto tempo?
Está no ser humano a cópia, já dizia Aristóteles. Nada secria, tudo se copia. O homem "inova" em cima de algo já criado, então seria isso inovação?
É difícil de desprender.
E é aí que entra uma das teorias de que o contemporâneo ( a inovação) é o paradoxal. Um ponto que pouquíssimos conseguem atingir. Sendo desses poucos a nova idéia, o resto é florear e embelezar, dizer de um outro jeito o que um dia já foi dito.
Por quanto tempo falaremos sobre as mesmas angústias e consequentemente, as mesmas experiêncas sem nos preocupar com o tédio?
Ninguém pensa na originalidade, porque pensar é difícil, demanda muito tempo e dedicação. Pensar é um dom.
Porque só cantar ao mundo a tristeza, a solidão, os amores perdidos e mal-resolvidos como se nossas vidas se constituíssem só de penhascos?
O que temos nós que não conseguimos externar pela arte, seja ela qual for, os nossos sentimentos de alegria. Ou até conseguimos fazê-lo, mas não com tanto despreendimento como fazemos com os assuntos "obscuros".
Será que isso é o nosso contemporâneo?
É essa auto-sabotagem geral dos novos intelectuais que está começando a me irritar.
Afinal, quem são e o que são os novos intelectuais?
Andei lendo sobre como o mundo se abriu com o advento da internet, como ficou mais fácil a comunicação e a troca da arte e das experiências. Como tem surgido mais facilmente os escritores e como existe uma crítica conjunta aos textos dos "blogueiros". O que só mostra a independência da produção literária.
Será que são esses os novos pensadores?
Estudando em literatura, descobri que os intelectuais são poucos e geniais, simplesmente quem consegue ver a luz na escuridão e enxergar que o contraditório e o paradoxal não o são. O resultado disso é uma inovação a qual, parando para refletir, não consigo perceber hoje.
Difícil se achar capaz de escrever qualquer coisa tendo esse prisma como ponto de partida.
Eu vou tentando me libertar dessa coisa estigmatizada.
Mas por quanto tempo?
Está no ser humano a cópia, já dizia Aristóteles. Nada secria, tudo se copia. O homem "inova" em cima de algo já criado, então seria isso inovação?
É difícil de desprender.
E é aí que entra uma das teorias de que o contemporâneo ( a inovação) é o paradoxal. Um ponto que pouquíssimos conseguem atingir. Sendo desses poucos a nova idéia, o resto é florear e embelezar, dizer de um outro jeito o que um dia já foi dito.
Por quanto tempo falaremos sobre as mesmas angústias e consequentemente, as mesmas experiêncas sem nos preocupar com o tédio?
Ninguém pensa na originalidade, porque pensar é difícil, demanda muito tempo e dedicação. Pensar é um dom.
sábado, 29 de agosto de 2009
Silêncio
A timidez me faz calar
Como se eu não tivesse nada a dizer.
Eu travo.
Mas a minha vontade é tocar, abraçar.
Não o faço.
Sinto-me como um vulcão em erupção.
Que só eu sei.
Como se eu não tivesse nada a dizer.
Eu travo.
Mas a minha vontade é tocar, abraçar.
Não o faço.
Sinto-me como um vulcão em erupção.
Que só eu sei.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Colecionadora
Eu pensando em arrumar um armário repleto de buginganga, lembrei da minha velha coleção de papel de cartas, que na verdade nem é minha realmente. Minha mãe quando mocinha colecionava, e me passou quando cresci.
Pensei nas coisas que estavam no armário que eu iria jogar fora, logo me veio a coleção, já que eu não sou boa colecionadora e nunca colecionei nada como botões, álbuns de figurinha, tampas de latinha, bichinhos de pelúcio e essas coisas materiais. Para mim nunca fez muito sentido.
Mas revirando meus arquivo na memória descobri que eu gosto de colecionar sim, mas não essas coisas, que pra mim continuam sem utilidade alguma.
Eu coleciono preciosidades.
Tenho uma memória boa, nada impressionante, mas bem aguçada. E foi lá que encontrei minhas coleções.
Descobri que tenho várias e me encantei com cada uma delas.
Comecei a passear entre elas e fui até a minha coleção de sons. Ouvi um por um: o som do vento, do latido do meu cachorro, do motor do meu carro, da água quando cai da caixa, da TV de todos os dias, do teclar do computador. Ouvi o som daquele beijo estalado de mãe quando chega em casa, e muitos outros que fazem parte do meu dia-a-dia.
Passei horas parada nessa coleção, mas tinha outras para ver. Então desci mais um pouco e avistei a minha coleção de pequenos gestos.
Ah! Essa é minha preferida.
Vi aquele abraço apertado no momento certo ou aquele abraço pelo simples prazer de abraçar, asflores compradas de improviso nos meus 15 anos e o guardanapo que veio junto com uma mensagem, mais improvisado ainda, o simples sorriso de canto de boca, o obrigado mais "inútil", o elogio mais inesperado, o telefonema surpreendente.
Como essa coleção me fascina.
Gastei muito mais horas nela, só vendo o que ela continha e rindo sozinha.
Dei uma passada breve na coleção das mágoas. Essa não me agrada muito, mas fica lá guardada.
Fuxiquei só mais um pouquinho e lá etava ela, a coleção dos cheiros.
Hmmm...que delícia.
Cheiro de chuva, terra molhada, bolo quentinho e folha queimada. Cheiro daquele perfume ou daquela pessoa, cheiro do pé e do chulé, do carro,da casa, cheiro do gozo e da cama acompanhada.
Fui adiante, vi mais algumas coleções. Decidi não mexê-las.
Olhei em volta e vi que tinha acabado minha expedição.
E minha coleção de papel de cartas continuou lá guardada, como boa recordação.
Pensei nas coisas que estavam no armário que eu iria jogar fora, logo me veio a coleção, já que eu não sou boa colecionadora e nunca colecionei nada como botões, álbuns de figurinha, tampas de latinha, bichinhos de pelúcio e essas coisas materiais. Para mim nunca fez muito sentido.
Mas revirando meus arquivo na memória descobri que eu gosto de colecionar sim, mas não essas coisas, que pra mim continuam sem utilidade alguma.
Eu coleciono preciosidades.
Tenho uma memória boa, nada impressionante, mas bem aguçada. E foi lá que encontrei minhas coleções.
Descobri que tenho várias e me encantei com cada uma delas.
Comecei a passear entre elas e fui até a minha coleção de sons. Ouvi um por um: o som do vento, do latido do meu cachorro, do motor do meu carro, da água quando cai da caixa, da TV de todos os dias, do teclar do computador. Ouvi o som daquele beijo estalado de mãe quando chega em casa, e muitos outros que fazem parte do meu dia-a-dia.
Passei horas parada nessa coleção, mas tinha outras para ver. Então desci mais um pouco e avistei a minha coleção de pequenos gestos.
Ah! Essa é minha preferida.
Vi aquele abraço apertado no momento certo ou aquele abraço pelo simples prazer de abraçar, asflores compradas de improviso nos meus 15 anos e o guardanapo que veio junto com uma mensagem, mais improvisado ainda, o simples sorriso de canto de boca, o obrigado mais "inútil", o elogio mais inesperado, o telefonema surpreendente.
Como essa coleção me fascina.
Gastei muito mais horas nela, só vendo o que ela continha e rindo sozinha.
Dei uma passada breve na coleção das mágoas. Essa não me agrada muito, mas fica lá guardada.
Fuxiquei só mais um pouquinho e lá etava ela, a coleção dos cheiros.
Hmmm...que delícia.
Cheiro de chuva, terra molhada, bolo quentinho e folha queimada. Cheiro daquele perfume ou daquela pessoa, cheiro do pé e do chulé, do carro,da casa, cheiro do gozo e da cama acompanhada.
Fui adiante, vi mais algumas coleções. Decidi não mexê-las.
Olhei em volta e vi que tinha acabado minha expedição.
E minha coleção de papel de cartas continuou lá guardada, como boa recordação.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Dúvida
Ando sonhando com você sem saber porque.
Acordo com a dúvida na cabeça todas as manhãs.
Sonho com você sem saber te querer.
Coisas que nem sei se almejei e coisas que acho eu, não quero ver.
Meu sonho me mostra de tudo um pouco, mas me mostra você.
Você sorrindo, andando, correndo, desejando.
Você lindo, feio, amargo ou romântico.
Te conheço pelo meu sonho.
Mas na realidade, você não se mostra pra mim.
Será que você é assim?
Acordo com a dúvida na cabeça todas as manhãs.
Sonho com você sem saber te querer.
Coisas que nem sei se almejei e coisas que acho eu, não quero ver.
Meu sonho me mostra de tudo um pouco, mas me mostra você.
Você sorrindo, andando, correndo, desejando.
Você lindo, feio, amargo ou romântico.
Te conheço pelo meu sonho.
Mas na realidade, você não se mostra pra mim.
Será que você é assim?
Curra
Vim falar da dor que senti quando ao meu seio repousou o gosto imundo de um verme.
Ele me pegou desprevinida e assustada e fez coisas que eu não sabia fazer.
Jogou com toda a sua força o seu gozo e seu prazer e eu sem entender, chorei.
Chorei pela falta de respeito, por ser violada e pela dor. Chorei por não saber contar o que me aconteceu.
Então, calei.
Ele me pegou desprevinida e assustada e fez coisas que eu não sabia fazer.
Jogou com toda a sua força o seu gozo e seu prazer e eu sem entender, chorei.
Chorei pela falta de respeito, por ser violada e pela dor. Chorei por não saber contar o que me aconteceu.
Então, calei.
domingo, 23 de agosto de 2009
Esperando a chuva
Na minha vida passou um furacão.
Passou levando tudo que eu tinha pra dizer.
Achei que logo, o mesmo vento que levou minhas palavras, as trariam de volta.
Aí veio a calmaria.
Se abateu um período de seca.
Pego-me agora tentando me reerguer.
Aos poucos vou obtendo sucesso.
Mas hoje, escrevo só por esrever.
Passou levando tudo que eu tinha pra dizer.
Achei que logo, o mesmo vento que levou minhas palavras, as trariam de volta.
Aí veio a calmaria.
Se abateu um período de seca.
Pego-me agora tentando me reerguer.
Aos poucos vou obtendo sucesso.
Mas hoje, escrevo só por esrever.
domingo, 2 de agosto de 2009
Ato
Sedução, amor, paixão
o fogo que sobe e consome
o olhar da menina perdida nos atos nunca cometidos
a curiosidade..mas o medo
escondido pelo orgulho de querer mostrar ser mulher
o ato consumado.
E um suspiro exaustivo, e impressionado.
o fogo que sobe e consome
o olhar da menina perdida nos atos nunca cometidos
a curiosidade..mas o medo
escondido pelo orgulho de querer mostrar ser mulher
o ato consumado.
E um suspiro exaustivo, e impressionado.
2007
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Por aí
Ela me disse:
- Eu consigo ver seu futuro nas cartas.
Ele disse:
- Eu consigo ver você.
E eu me perdi entre eles.
- Eu consigo ver seu futuro nas cartas.
Ele disse:
- Eu consigo ver você.
E eu me perdi entre eles.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Paixões imaginárias
Já conversei muitas vezes sobre paixão, se apaixonar.
Sempre neguei qualquer tipo de evidência de que sou uma pessoa que me apaixono fácil.
Sim, eu neguei. Mas no fundo eu sabia que não era verdade.
E não é...
Eu me apaixono fácil sim, na verdade, bem fácil.
Não sei se vem do meu lado poeta ou do meu lado boêmio, mas vem.
Às vezes demoram muito a passar, outras vezes, nem tanto.
E pra ser bem sincera tenho quase certeza que o tempo depende da convivência.
Eu fantasio malucamente coisas, atos, momentos e palavras, e na maioria das vezes é involuntário. Quando me vejo já to eu me iludindo feito louca.
Virou até um tipo de superstição, já que a maioria das minhas paixonites momentâneas (ou não) não retribuem.
Talvez eu não consiga externar.
Talvez eu não fui feita pra amar.
Embora com pouca modéstia me considere uma ótima amante. Poucos descobriram.
Ou seja péssima no que penso ser boa.
Tô confusa.
Mas refletindo, descobri que se apaixonar fácil não é motivo pra se envergonhar.
Enfim.
Boa noite.
Sempre neguei qualquer tipo de evidência de que sou uma pessoa que me apaixono fácil.
Sim, eu neguei. Mas no fundo eu sabia que não era verdade.
E não é...
Eu me apaixono fácil sim, na verdade, bem fácil.
Não sei se vem do meu lado poeta ou do meu lado boêmio, mas vem.
Às vezes demoram muito a passar, outras vezes, nem tanto.
E pra ser bem sincera tenho quase certeza que o tempo depende da convivência.
Eu fantasio malucamente coisas, atos, momentos e palavras, e na maioria das vezes é involuntário. Quando me vejo já to eu me iludindo feito louca.
Virou até um tipo de superstição, já que a maioria das minhas paixonites momentâneas (ou não) não retribuem.
Talvez eu não consiga externar.
Talvez eu não fui feita pra amar.
Embora com pouca modéstia me considere uma ótima amante. Poucos descobriram.
Ou seja péssima no que penso ser boa.
Tô confusa.
Mas refletindo, descobri que se apaixonar fácil não é motivo pra se envergonhar.
Enfim.
Boa noite.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Mulher errada
Ela não é fresca e não anda de salto.
Não passa batom e não usa roupa colada.
Decote, pagode, pegação, para ela é igual a nada.
Não curte filmes mela-cueca, o negócio dela é rock.
Não fuxica a vida alheia no orkut, prefere ler poesia.
Escuta uma boa MPB e dispensa totalmente o funk.
Se perguntar se ela prefere night, ela responde que troca tudo por um bom programa cultural.
Gosta de teatro e detesta bater perna no shopping.
Não gosta de gastar com roupa, prefere gastar com bons livros.
Não fica com desconhecidos.
Não gosta de chamar atenção para ela, prefere observar os outros.
Gosta de esportes: surfe, skate, vôlei e principalmente futebol.
Caipirinha? Para ela não. O negócio dela é uma boa cerveja mesmo, e de preferência naquele copo de boteco.
Fuma e não se importa com o cheiro no cabelo.
Fofocar? De jeito nenhum!
Para ela é sair com os amigos para jogar um carteado: buraco, sueca, poker ou uma boa sinuquinha.
Não tem corpo escultural, mas também não gosta da sua gordurinha, normal.
Tem estria e celulite e até que não liga muito pra isso.
Não assiste séries com a mãe, prefere ver luta com o pai.
Deixa pra lá o bronzeado, gosta de ser branquinha.
Não é capaz de conquistar quem lhe interessa.
É, eles nem sequer olham pra ela. Se a enxergam é como amigo.
Mas...ela é mulher. E isso machuca.
Resultado: ficou pra titia.
Ponto.
Acabou a história.
Não passa batom e não usa roupa colada.
Decote, pagode, pegação, para ela é igual a nada.
Não curte filmes mela-cueca, o negócio dela é rock.
Não fuxica a vida alheia no orkut, prefere ler poesia.
Escuta uma boa MPB e dispensa totalmente o funk.
Se perguntar se ela prefere night, ela responde que troca tudo por um bom programa cultural.
Gosta de teatro e detesta bater perna no shopping.
Não gosta de gastar com roupa, prefere gastar com bons livros.
Não fica com desconhecidos.
Não gosta de chamar atenção para ela, prefere observar os outros.
Gosta de esportes: surfe, skate, vôlei e principalmente futebol.
Caipirinha? Para ela não. O negócio dela é uma boa cerveja mesmo, e de preferência naquele copo de boteco.
Fuma e não se importa com o cheiro no cabelo.
Fofocar? De jeito nenhum!
Para ela é sair com os amigos para jogar um carteado: buraco, sueca, poker ou uma boa sinuquinha.
Não tem corpo escultural, mas também não gosta da sua gordurinha, normal.
Tem estria e celulite e até que não liga muito pra isso.
Não assiste séries com a mãe, prefere ver luta com o pai.
Deixa pra lá o bronzeado, gosta de ser branquinha.
Não é capaz de conquistar quem lhe interessa.
É, eles nem sequer olham pra ela. Se a enxergam é como amigo.
Mas...ela é mulher. E isso machuca.
Resultado: ficou pra titia.
Ponto.
Acabou a história.
Pedido de ajuda
Hoje vi uma cena que me intrigou um pouco. Estava dentro do ônibus, indo para o ensaio, lendo um livro emprestado por um amigo, quando de repente sou interrompida por um rapaz que entregava um papel.
Este papel era a propaganda de uma casa de apoio à dependentes químicos.
Depois de entregar a todos, ele voltou para frente do ônibus e começou o seu discurso. Pediu a contribuição de todos os passageiros, citou várias partes da bíblia e disse um monte.
Enquanto ele falava eu comecei a pensar em algumas coisas. Geralmente, eu sou tocada por esse tipo de apelo e sempre dou algum trocado, a não ser quando tá na cara que a pessoa tá blefando. Eu estava quase com a mão na mochila para pegar qualquer R$0,50 quando me bateu na consciência: não é doença, não é operação, remédio ou qualquer coisa do tipo. É dinheiro para quem se ferrou porque quis. Entrou nas drogas, no álcool por pura vontade. Porque ajudar quem um dia quis se destruir?
A gente passa por uma porrada de dificuldades na vida, tenta sempre viver numa boa, tentando se reerguer dos tapas na cara que a vida dá na gente. Tem consciência, não se entrega ao álcool, ao pó, à maconha, ao crack, à heroína e tantos outros, para depois alguém vir até você, dizer que está arrependido, falar de Deus e Jesus que aí tudo bem?
Como assim?
E o trabalho, o suor, as dificuldades?
Sempre foi ferrado, mas para beber e se drogar também sempre arranjava um jeito de conseguir um dinheiro. Mas quando é pra se tratar não consegue?
Tem que vir tirar de gente honesta com discurso crente?
Engraçado.
Fiquei um pouco indignada.
Este papel era a propaganda de uma casa de apoio à dependentes químicos.
Depois de entregar a todos, ele voltou para frente do ônibus e começou o seu discurso. Pediu a contribuição de todos os passageiros, citou várias partes da bíblia e disse um monte.
Enquanto ele falava eu comecei a pensar em algumas coisas. Geralmente, eu sou tocada por esse tipo de apelo e sempre dou algum trocado, a não ser quando tá na cara que a pessoa tá blefando. Eu estava quase com a mão na mochila para pegar qualquer R$0,50 quando me bateu na consciência: não é doença, não é operação, remédio ou qualquer coisa do tipo. É dinheiro para quem se ferrou porque quis. Entrou nas drogas, no álcool por pura vontade. Porque ajudar quem um dia quis se destruir?
A gente passa por uma porrada de dificuldades na vida, tenta sempre viver numa boa, tentando se reerguer dos tapas na cara que a vida dá na gente. Tem consciência, não se entrega ao álcool, ao pó, à maconha, ao crack, à heroína e tantos outros, para depois alguém vir até você, dizer que está arrependido, falar de Deus e Jesus que aí tudo bem?
Como assim?
E o trabalho, o suor, as dificuldades?
Sempre foi ferrado, mas para beber e se drogar também sempre arranjava um jeito de conseguir um dinheiro. Mas quando é pra se tratar não consegue?
Tem que vir tirar de gente honesta com discurso crente?
Engraçado.
Fiquei um pouco indignada.
21/07/2009
domingo, 19 de julho de 2009
Dividindo o sono
Estava eu em um quarto de hotel. Dividia o quarto com um colega de trabalho bem interessante, no meu ponto de vista. Depois de um dia exaustivo, entrei, me arrumei e fui durmir. Meu colega demorou um pouco mais.
Como de costume, já deitada na cama, peguei meu caderno e minha caneta para escrever qualquer baboseira que ficaria guardada pegando poeira e nunca seria revelada.
Escrevi um texto medíocre, mas peguei no sono em cima do meu fiel escudeiro, o caderno.
O texto era assim:
"Gosto de ver, ou melhor, gosto de apreciar o sono alheio.
Pois é aonde a pessoa passa novamente ao seu estado de pureza.
Suas feições tornam-se leves como se seu rosto estivesse flutuando no céu.
É gostoso observar. Traz leveza para o seu coração.
E se você experimentar esse ato ao acordar, torna o seu dia o mais perfeito e tranquilo.
É como se a paz interior do sono do outro te embebedasse e você também passasse a viver naquela mesma paz.
Vibrando na mesma sintonia.
O mais gostoso é brincar de imaginar o que a outra pessoa está sonhando, pelas caras que ela faz.
Divertido.
Você se pega rindo sozinho. Naquele riso safado de quem sabe estar penetrando a intimidade alheia. O que de fato também se torna um tanto quanto apreciável.
Se você se concentrar, consegue entrar na mesma sintonia sonífera e assim, sonhar acordado."
Acordei de madrugada meio assustada. Olhei pro lado e lá estava o meu caderno com o meu texto. Só que não era só isso. Reparei que havia uma mensagem logo abaixo dele, que dizia o seguinte:
"Gostei do texto e da "brincadeira". Experimentei com você e acho eu, consegui te desvendar toda. Sim, um pouco pretencioso demais, mas quase nunca errado.
Ah! Sua letra é linda! Bons sonhos e até amanhã.
Como de costume, já deitada na cama, peguei meu caderno e minha caneta para escrever qualquer baboseira que ficaria guardada pegando poeira e nunca seria revelada.
Escrevi um texto medíocre, mas peguei no sono em cima do meu fiel escudeiro, o caderno.
O texto era assim:
"Gosto de ver, ou melhor, gosto de apreciar o sono alheio.
Pois é aonde a pessoa passa novamente ao seu estado de pureza.
Suas feições tornam-se leves como se seu rosto estivesse flutuando no céu.
É gostoso observar. Traz leveza para o seu coração.
E se você experimentar esse ato ao acordar, torna o seu dia o mais perfeito e tranquilo.
É como se a paz interior do sono do outro te embebedasse e você também passasse a viver naquela mesma paz.
Vibrando na mesma sintonia.
O mais gostoso é brincar de imaginar o que a outra pessoa está sonhando, pelas caras que ela faz.
Divertido.
Você se pega rindo sozinho. Naquele riso safado de quem sabe estar penetrando a intimidade alheia. O que de fato também se torna um tanto quanto apreciável.
Se você se concentrar, consegue entrar na mesma sintonia sonífera e assim, sonhar acordado."
Acordei de madrugada meio assustada. Olhei pro lado e lá estava o meu caderno com o meu texto. Só que não era só isso. Reparei que havia uma mensagem logo abaixo dele, que dizia o seguinte:
"Gostei do texto e da "brincadeira". Experimentei com você e acho eu, consegui te desvendar toda. Sim, um pouco pretencioso demais, mas quase nunca errado.
Ah! Sua letra é linda! Bons sonhos e até amanhã.
Juan"
Meu amigo, quando entrou, leu o que eu tinha escrito e só porque o sono não me permitiu, não joguei fora.
A única reação que tive foi dar um sorriso de canto de boca com aquela cara amassada, e murmurar um quase inaudível: obrigada.
Mas ficou uma certeza: agora eu sabia que ele me admirava.
sábado, 18 de julho de 2009
Boneca
Qual a decisão que ela vai tomar?
Qual será o rumo da boneca amar?
Ela vai assinar seu atestado de derrotada?
Ou ela vai querer se pintar, criar vida e continuar?
Ela quer levantar, mas cadê as forças de amar?
Quando a Colombina cria imaginação,levanta e vai embora,
amar fica sozinha, no escuro, sem saber o que fazer.
Na cabecinha da boneca, o mundo gira e se torna cada vez mais um vazio.
Perdida nessa imensidão,
tendo que tomar qualquer decisão
amar se joga no chão.
Tudo isso vai tomando conta dela...e quando dá por si,
amar chora e ri.
Os sentimentos vão criando raízes e ela foge,
Foge pro mundo da fantasia
Onde tudo pode ser, o que ela vai querer.
Por alguns minutos ela fecha os olhos e imagina,
mas amar não é facil...
Então ela deita, fecha seus pequenos olhos,cria coragem,e dorme...
para toda a eternidade.
Onde amar será saudade.
Qual será o rumo da boneca amar?
Ela vai assinar seu atestado de derrotada?
Ou ela vai querer se pintar, criar vida e continuar?
Ela quer levantar, mas cadê as forças de amar?
Quando a Colombina cria imaginação,levanta e vai embora,
amar fica sozinha, no escuro, sem saber o que fazer.
Na cabecinha da boneca, o mundo gira e se torna cada vez mais um vazio.
Perdida nessa imensidão,
tendo que tomar qualquer decisão
amar se joga no chão.
Tudo isso vai tomando conta dela...e quando dá por si,
amar chora e ri.
Os sentimentos vão criando raízes e ela foge,
Foge pro mundo da fantasia
Onde tudo pode ser, o que ela vai querer.
Por alguns minutos ela fecha os olhos e imagina,
mas amar não é facil...
Então ela deita, fecha seus pequenos olhos,cria coragem,e dorme...
para toda a eternidade.
Onde amar será saudade.
2006
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Acabado
O vento vai soprar em que direção?
Uma vez você me disse: não solta da minha mão
Amor sem verdade
Encanto disfarçado
Prazer passado de um amor arrastado
Desperta-se em mim uma vontade de um sim
Que nunca mais vem
Hoje eu tenho a certeza do não.
O que pode levar
ao ápice de amar
e morrer de solidão.
Uma vez você me disse: não solta da minha mão
Amor sem verdade
Encanto disfarçado
Prazer passado de um amor arrastado
Desperta-se em mim uma vontade de um sim
Que nunca mais vem
Hoje eu tenho a certeza do não.
O que pode levar
ao ápice de amar
e morrer de solidão.
2007
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Homenagem?
Passei o dia pensando no que postar hoje.
Pensei em citar grandes nomes, mas nenhuma grande idéia me veio à cabeça.
Então vou somente agradacer à Raul Seixas, Rita Lee, Os mutantes, Barão Vermelho, Capital Inicial, Legião Urbana, Paralamas, Ultraje a Rigor, Titãs, Jota Quest, Los Hermanos, Pitty e tantos outros músicos nacionais que pintaram a história do rock brasileiro.
Naõ podendo esquecer de Beatles, AC/DC, Iron Maiden, Pink Floyd, David Bowie, Queen, Scorpions, Janes Joplin e mais outros tantos que só trouxeram diversão e marcas ao longo dos anos.
O rock conquistou gerações.
Como diria a minha avó: "de mamando à caducando."
Vou ficando por aqui, porque tudo que tá ruim pode piorar.
Só pra não passar em branco.
Uma pequena homenagem(?) ao Dia Mundial do Rock
Deliciem-se!
Pensei em citar grandes nomes, mas nenhuma grande idéia me veio à cabeça.
Então vou somente agradacer à Raul Seixas, Rita Lee, Os mutantes, Barão Vermelho, Capital Inicial, Legião Urbana, Paralamas, Ultraje a Rigor, Titãs, Jota Quest, Los Hermanos, Pitty e tantos outros músicos nacionais que pintaram a história do rock brasileiro.
Naõ podendo esquecer de Beatles, AC/DC, Iron Maiden, Pink Floyd, David Bowie, Queen, Scorpions, Janes Joplin e mais outros tantos que só trouxeram diversão e marcas ao longo dos anos.
O rock conquistou gerações.
Como diria a minha avó: "de mamando à caducando."
Vou ficando por aqui, porque tudo que tá ruim pode piorar.
Só pra não passar em branco.
Uma pequena homenagem(?) ao Dia Mundial do Rock
Deliciem-se!
domingo, 12 de julho de 2009
Descontração
Hoje foi um dia como muitos que não tive.
Saí, dancei, cantei, me libertei.
Vi amigos, desconhecidos e até admiradores.
Vi poetas, senti música, vibrei no tom.
Me encantei e me encantaram
Alguéns eu já conhecia e, mesmo assim, me surpreenderam.
Alguns me foram iniciados e me absorveram.
Outros eu simplesmente vi, e sorri.
Tive no olhar um brilho que já me faltou.
Tive no sorriso a sinceridade que um dia desabrochou.
Hoje eu somente saí...
...E me diverti.
Saí, dancei, cantei, me libertei.
Vi amigos, desconhecidos e até admiradores.
Vi poetas, senti música, vibrei no tom.
Me encantei e me encantaram
Alguéns eu já conhecia e, mesmo assim, me surpreenderam.
Alguns me foram iniciados e me absorveram.
Outros eu simplesmente vi, e sorri.
Tive no olhar um brilho que já me faltou.
Tive no sorriso a sinceridade que um dia desabrochou.
Hoje eu somente saí...
...E me diverti.
sábado, 11 de julho de 2009
Inspiração
Outro dia eu li, e me inspirei.
Me inspirei em você, por não querer ser
ou por querer ser demais.
Tava adormecida essa chama de palavras sujas do meu vocabulário, bem embaixo do meu tapete desbotado.
Mas eu li, e me inspirei.
Me inspirei nas idéias que vieram não sei de onde, e no meu jeito meio torto de me expressar. Pensei no que você acharia se tivesse lido isso e no entanto...
...Me inspirei
Na brisa, no sol, na lua, na chuva
Na rua... molhada, vazia, escura.
Alma de poeta
Boca de sapo
Suspiro de dragão
Obrigado por não saber
Mas hoje eu me inspirei em você.
Me inspirei em você, por não querer ser
ou por querer ser demais.
Tava adormecida essa chama de palavras sujas do meu vocabulário, bem embaixo do meu tapete desbotado.
Mas eu li, e me inspirei.
Me inspirei nas idéias que vieram não sei de onde, e no meu jeito meio torto de me expressar. Pensei no que você acharia se tivesse lido isso e no entanto...
...Me inspirei
Na brisa, no sol, na lua, na chuva
Na rua... molhada, vazia, escura.
Alma de poeta
Boca de sapo
Suspiro de dragão
Obrigado por não saber
Mas hoje eu me inspirei em você.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Poesia
O que seria?
Construa.
Mas, principalmente desconstrua.
Você consegue enxergar o fundo de sua alma?
Demasiado complicado.
Caminho da poesia.
Às vezes, não.
É mais fácil do que pensamos ser.
Mas, confuso para se entender.
Descanse, para apenas, ler.
Construa.
Mas, principalmente desconstrua.
Você consegue enxergar o fundo de sua alma?
Demasiado complicado.
Caminho da poesia.
Às vezes, não.
É mais fácil do que pensamos ser.
Mas, confuso para se entender.
Descanse, para apenas, ler.
domingo, 31 de maio de 2009
Amor?
Solidão. Cansaço.
Querer algo que talvez seja demais.
Um alguém que te entenda, que sinta o mesmo gosto pela vida.
Alguém que goste de ser pequeno, mas ao mesmo tempo grande.Que queira rir das mesmas besteiras e que saiba admirar o sorriso e o abraço como forma mais pura de comunicação. Que saiba dançar no seu ritimo, seja ele qual for.
Será que é demasiado sentimentalismo ou muito clichê?
Eu, Sabrina Logratto, mulher de 22 anos, estudante formanda de fotografia e amante da arte procuro por isso. Um isso indefinível, impenetrável em muitos entendimentos.
Sei que quero um dia a sombra e água fresca que qualquer ser miserável também deseja.
Desejo o desejo de ser amada com pureza e graciosidade pelo amor que ainda não me encontrou.
O amor.
Como se define? Como se escreve ou lê? Como se interpreta?
Coloquemos o amor como interpretação única de cada ser. Mas nessas interpretações temos a combinação dois a dois que se unem com força extrema, a qual alguns chamam de cara metade.
Eu acredito em encontro de almas, mas no desencontro também. Acho que minha alma se perdeu por aí para não mais ser encontrada.
- Minha alma, cansou do desapego? Do seu humilde corpo? Conte-me o que aconteceu.
Dependência profunda.
- Volta!
Almejo reencontrá-la algum dia, e quem sabe, vê-la acompanhada e ver o encontro dos corpos soltos das almas presas.
Esperança no sorriso.
Vivendo sem compromisso.
Desesperando a tranqüilidade.
Retrucando a escrita.
Obedecendo a lei. A minha lei de viver o que sempre sonhei.
Escrevendo o meu destino em versos em branco.
Escolhendo core para pintá-los...
....de amores.
Querer algo que talvez seja demais.
Um alguém que te entenda, que sinta o mesmo gosto pela vida.
Alguém que goste de ser pequeno, mas ao mesmo tempo grande.Que queira rir das mesmas besteiras e que saiba admirar o sorriso e o abraço como forma mais pura de comunicação. Que saiba dançar no seu ritimo, seja ele qual for.
Será que é demasiado sentimentalismo ou muito clichê?
Eu, Sabrina Logratto, mulher de 22 anos, estudante formanda de fotografia e amante da arte procuro por isso. Um isso indefinível, impenetrável em muitos entendimentos.
Sei que quero um dia a sombra e água fresca que qualquer ser miserável também deseja.
Desejo o desejo de ser amada com pureza e graciosidade pelo amor que ainda não me encontrou.
O amor.
Como se define? Como se escreve ou lê? Como se interpreta?
Coloquemos o amor como interpretação única de cada ser. Mas nessas interpretações temos a combinação dois a dois que se unem com força extrema, a qual alguns chamam de cara metade.
Eu acredito em encontro de almas, mas no desencontro também. Acho que minha alma se perdeu por aí para não mais ser encontrada.
- Minha alma, cansou do desapego? Do seu humilde corpo? Conte-me o que aconteceu.
Dependência profunda.
- Volta!
Almejo reencontrá-la algum dia, e quem sabe, vê-la acompanhada e ver o encontro dos corpos soltos das almas presas.
Esperança no sorriso.
Vivendo sem compromisso.
Desesperando a tranqüilidade.
Retrucando a escrita.
Obedecendo a lei. A minha lei de viver o que sempre sonhei.
Escrevendo o meu destino em versos em branco.
Escolhendo core para pintá-los...
....de amores.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Astronauta
Lulu Santos
Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave,passa a chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero recebernenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave,passa a chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero recebernenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Reflexão
Tarde para pensar ou imaginar qualquer coisa diferente de cama, travesseiro e sonho. Sonhar para não cansar da vida ou do que é passível de desesperança.
Criar.
Recriar.
Somos o que nós mesmos criamos sem olhar para dentro.
Ouço grito, vozes, que não sei de onde vem. Sei que escrevo sem destino. Escrevo sem saber o que escrever, assim como vivo sem saber viver. Duas coisas que se interligam. Uma intercessão sem precisão.
Quero falar-lhes algo, mas não consigo me expressar.
Entretanto, acho que encontrei um estilo. É assim que consigo desabafar.
Tão fácil como ver queimar o cigarro que me acompanha nessa jornada. De me fazer entender, sem querer.
Julgar no olhar o que posso encontrar, repassando em simples cenas o que foi vivido, como em um filme onde a trilha sonora qualquer um pode escutar.
É o barulho.
O barulho do ventilador funcionando, o barulho do estalo da cama, da respiração, da emoção de se saber, que um dia há de merecer.
Criar.
Recriar.
Somos o que nós mesmos criamos sem olhar para dentro.
Ouço grito, vozes, que não sei de onde vem. Sei que escrevo sem destino. Escrevo sem saber o que escrever, assim como vivo sem saber viver. Duas coisas que se interligam. Uma intercessão sem precisão.
Quero falar-lhes algo, mas não consigo me expressar.
Entretanto, acho que encontrei um estilo. É assim que consigo desabafar.
Tão fácil como ver queimar o cigarro que me acompanha nessa jornada. De me fazer entender, sem querer.
Julgar no olhar o que posso encontrar, repassando em simples cenas o que foi vivido, como em um filme onde a trilha sonora qualquer um pode escutar.
É o barulho.
O barulho do ventilador funcionando, o barulho do estalo da cama, da respiração, da emoção de se saber, que um dia há de merecer.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Percepção
Veja só quantas pessoas, quantas coisas. Pessoas indo e vindo, bebendo, se divertindo.
Ouvir o som da noite, som da música, som que adormece e rejuvenesce. Lugar quente que a gente sente. Sente o ritmo, a humanidade, sente sentir o que há de necessidade.
Suar como se fosse adiantar.
Beber para esquecer.
Veja lá senhor, veja a moça. Andando para não sei onde. Ela sente-se perdida, mas ao mesmo tempo se encontra num lugar estranho onde não conhece ninguém, mas se reconhece. E de repente com a ajuda de alguns artifícios conhece a todos. Todos em um sentido figurado, tudo mascarado.
Chega o momento que ela só vê máscaras. Belas, horrendas, encantadoras.
Máscaras reveladoras.
Brinca com as palavras, com os sentimentos, tentando criar um jogo de inventar. Inventar assuntos como se fosse uma belíssima forma de inventar arte.
Reconstrói um mundo de insanidades.
Loucuras assustadoras construindo um mundo de avassaladoras.
Mulheres que encantam, dançam, sabem seduzir e principalmente, sabem reconstruir. Família, amigos, amores, inimizades. Como sabem ser doces e ao mesmo tempo falsas, para criar maldade, sinceridade. Como sabem falar, falam de coisas que muitos desconhecem.
Sujas.
Mulheres.
Falando da outra raça. Que raça!
Sejam breves, estou me cansando, estou me desesperando. Querendo me expressar, mas sem alcançar.
Sucesso.
Fracasso.
Hora de almejar horizontes mais distantes, horizontes mais brilhantes.
Ouvir o som da noite, som da música, som que adormece e rejuvenesce. Lugar quente que a gente sente. Sente o ritmo, a humanidade, sente sentir o que há de necessidade.
Suar como se fosse adiantar.
Beber para esquecer.
Veja lá senhor, veja a moça. Andando para não sei onde. Ela sente-se perdida, mas ao mesmo tempo se encontra num lugar estranho onde não conhece ninguém, mas se reconhece. E de repente com a ajuda de alguns artifícios conhece a todos. Todos em um sentido figurado, tudo mascarado.
Chega o momento que ela só vê máscaras. Belas, horrendas, encantadoras.
Máscaras reveladoras.
Brinca com as palavras, com os sentimentos, tentando criar um jogo de inventar. Inventar assuntos como se fosse uma belíssima forma de inventar arte.
Reconstrói um mundo de insanidades.
Loucuras assustadoras construindo um mundo de avassaladoras.
Mulheres que encantam, dançam, sabem seduzir e principalmente, sabem reconstruir. Família, amigos, amores, inimizades. Como sabem ser doces e ao mesmo tempo falsas, para criar maldade, sinceridade. Como sabem falar, falam de coisas que muitos desconhecem.
Sujas.
Mulheres.
Falando da outra raça. Que raça!
Sejam breves, estou me cansando, estou me desesperando. Querendo me expressar, mas sem alcançar.
Sucesso.
Fracasso.
Hora de almejar horizontes mais distantes, horizontes mais brilhantes.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Hora de viver
Mais uma vez encontro-me esperando.
O que?
A hora. A hora que não passa, a hora que entrelaça, a hora de sentir o gosto. Gosto do desejo, da liberdade.
Vamos por aí.
A hora passou e começou. É um tiragosto do viver. Intenso, denso. Viver como se fosse morrer, viver pra ouvir a Terra tremer.
Ilusão dos poetas. Sinto-me como um deles, podendo citar Clarice, Vinícius, Cazuza e quem mais for.
Gosto do gosto da arte: a minha, a sua, a nossa. Letras, música, ritmo, pintura, dança, corpo, desenho.
Respiremos arte!
Arte de amar, ser, atuar, enganar. Sejamos plenos no nosso serviço da vida. Avante para o segundo ato da comunicação, pro dia nascer feliz. Pro dia nascer e você renascer, como humano, como cão, como vulcão.
O que?
A hora. A hora que não passa, a hora que entrelaça, a hora de sentir o gosto. Gosto do desejo, da liberdade.
Vamos por aí.
A hora passou e começou. É um tiragosto do viver. Intenso, denso. Viver como se fosse morrer, viver pra ouvir a Terra tremer.
Ilusão dos poetas. Sinto-me como um deles, podendo citar Clarice, Vinícius, Cazuza e quem mais for.
Gosto do gosto da arte: a minha, a sua, a nossa. Letras, música, ritmo, pintura, dança, corpo, desenho.
Respiremos arte!
Arte de amar, ser, atuar, enganar. Sejamos plenos no nosso serviço da vida. Avante para o segundo ato da comunicação, pro dia nascer feliz. Pro dia nascer e você renascer, como humano, como cão, como vulcão.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Olhar da janela
Esperando.
Veja a rua assim, movimentada já as 8 da manhã. Os carros passam apressados como se fossem duas da tarde.Vejo alguns pedestres passando tranquilos. Outros, com pressa. Andam rápido para chegar não sei aonde. Carregam bolsas, sacolas, não carregam nada. Carregam seus corpos leves, pesados, não importa. Andam de chinelo, sapato, sandália, calças ou bermudas, camisas ou camisetas. Os ônibus passam com superlotação, daqueles que já vão pra guerra do trabalho, coisa de gente grande. Mas vão sem conforto algum. Castigo? Não sei.
Há muitos carros estacionados aqui em baixo da minha janela, escrito: "vende-se carro". Agora já são quase dez horas, o sol resolveu aparecer e dá brilho a estes carros aqui de baixo, as cores não são muito diferentes, mas um vermelho se destaca. Passou um ônibus todo colorido, engraçado. Sorri.
Da minha janela vejo o mundo em cores, amores.
Duas pessoas passaram correndo, duas juntas, duas separadas, duas no mesmo sentido, duas em sentido oposto. O sinal fecha e abre. Vermelho e verde. Tem letreiros espalhados por toda parte. Grandes,pequenos, com letra grande ou um pouco miúda para os meus olhos míopes, mas todos muito coloridos para chamarem atenção.
Gosto da paisagem da minha janela. Tem ruas movimentadas, mas separando-as tem grama e árvores. Suas folhas balançam com o vento. Eu queria estar nesse vento, no lugar da folha, aqui está muito quente e eu me sinto presa.
Quero sair, mas não posso.
Só quando der a hora.
A hora da liberdade, da saudade, da eternidade.
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