sábado, 28 de fevereiro de 2009

Percepção

Veja só quantas pessoas, quantas coisas. Pessoas indo e vindo, bebendo, se divertindo.
Ouvir o som da noite, som da música, som que adormece e rejuvenesce. Lugar quente que a gente sente. Sente o ritmo, a humanidade, sente sentir o que há de necessidade.
Suar como se fosse adiantar.
Beber para esquecer.
Veja lá senhor, veja a moça. Andando para não sei onde. Ela sente-se perdida, mas ao mesmo tempo se encontra num lugar estranho onde não conhece ninguém, mas se reconhece. E de repente com a ajuda de alguns artifícios conhece a todos. Todos em um sentido figurado, tudo mascarado.
Chega o momento que ela só vê máscaras. Belas, horrendas, encantadoras.
Máscaras reveladoras.
Brinca com as palavras, com os sentimentos, tentando criar um jogo de inventar. Inventar assuntos como se fosse uma belíssima forma de inventar arte.
Reconstrói um mundo de insanidades.
Loucuras assustadoras construindo um mundo de avassaladoras.
Mulheres que encantam, dançam, sabem seduzir e principalmente, sabem reconstruir. Família, amigos, amores, inimizades. Como sabem ser doces e ao mesmo tempo falsas, para criar maldade, sinceridade. Como sabem falar, falam de coisas que muitos desconhecem.
Sujas.
Mulheres.
Falando da outra raça. Que raça!
Sejam breves, estou me cansando, estou me desesperando. Querendo me expressar, mas sem alcançar.
Sucesso.
Fracasso.
Hora de almejar horizontes mais distantes, horizontes mais brilhantes.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hora de viver

Mais uma vez encontro-me esperando.
O que?
A hora. A hora que não passa, a hora que entrelaça, a hora de sentir o gosto. Gosto do desejo, da liberdade.
Vamos por aí.
A hora passou e começou. É um tiragosto do viver. Intenso, denso. Viver como se fosse morrer, viver pra ouvir a Terra tremer.
Ilusão dos poetas. Sinto-me como um deles, podendo citar Clarice, Vinícius, Cazuza e quem mais for.
Gosto do gosto da arte: a minha, a sua, a nossa. Letras, música, ritmo, pintura, dança, corpo, desenho.
Respiremos arte!
Arte de amar, ser, atuar, enganar. Sejamos plenos no nosso serviço da vida. Avante para o segundo ato da comunicação, pro dia nascer feliz. Pro dia nascer e você renascer, como humano, como cão, como vulcão.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Olhar da janela

Esperando.

Veja a rua assim, movimentada já as 8 da manhã. Os carros passam apressados como se fossem duas da tarde.Vejo alguns pedestres passando tranquilos. Outros, com pressa. Andam rápido para chegar não sei aonde. Carregam bolsas, sacolas, não carregam nada. Carregam seus corpos leves, pesados, não importa. Andam de chinelo, sapato, sandália, calças ou bermudas, camisas ou camisetas. Os ônibus passam com superlotação, daqueles que já vão pra guerra do trabalho, coisa de gente grande. Mas vão sem conforto algum. Castigo? Não sei.

Há muitos carros estacionados aqui em baixo da minha janela, escrito: "vende-se carro". Agora já são quase dez horas, o sol resolveu aparecer e dá brilho a estes carros aqui de baixo, as cores não são muito diferentes, mas um vermelho se destaca. Passou um ônibus todo colorido, engraçado. Sorri.

Da minha janela vejo o mundo em cores, amores.

Duas pessoas passaram correndo, duas juntas, duas separadas, duas no mesmo sentido, duas em sentido oposto. O sinal fecha e abre. Vermelho e verde. Tem letreiros espalhados por toda parte. Grandes,pequenos, com letra grande ou um pouco miúda para os meus olhos míopes, mas todos muito coloridos para chamarem atenção.

Gosto da paisagem da minha janela. Tem ruas movimentadas, mas separando-as tem grama e árvores. Suas folhas balançam com o vento. Eu queria estar nesse vento, no lugar da folha, aqui está muito quente e eu me sinto presa.

Quero sair, mas não posso.

Só quando der a hora.

A hora da liberdade, da saudade, da eternidade.