terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um breve pensamento

Cansei dos textos baratos e medíocres cheirando a clichê absoluto.
Porque só cantar ao mundo a tristeza, a solidão, os amores perdidos e mal-resolvidos como se nossas vidas se constituíssem só de penhascos?
O que temos nós que não conseguimos externar pela arte, seja ela qual for, os nossos sentimentos de alegria. Ou até conseguimos fazê-lo, mas não com tanto despreendimento como fazemos com os assuntos "obscuros".
Será que isso é o nosso contemporâneo?
É essa auto-sabotagem geral dos novos intelectuais que está começando a me irritar.
Afinal, quem são e o que são os novos intelectuais?
Andei lendo sobre como o mundo se abriu com o advento da internet, como ficou mais fácil a comunicação e a troca da arte e das experiências. Como tem surgido mais facilmente os escritores e como existe uma crítica conjunta aos textos dos "blogueiros". O que só mostra a independência da produção literária.
Será que são esses os novos pensadores?
Estudando em literatura, descobri que os intelectuais são poucos e geniais, simplesmente quem consegue ver a luz na escuridão e enxergar que o contraditório e o paradoxal não o são. O resultado disso é uma inovação a qual, parando para refletir, não consigo perceber hoje.
Difícil se achar capaz de escrever qualquer coisa tendo esse prisma como ponto de partida.
Eu vou tentando me libertar dessa coisa estigmatizada.
Mas por quanto tempo?
Está no ser humano a cópia, já dizia Aristóteles. Nada secria, tudo se copia. O homem "inova" em cima de algo já criado, então seria isso inovação?
É difícil de desprender.
E é aí que entra uma das teorias de que o contemporâneo ( a inovação) é o paradoxal. Um ponto que pouquíssimos conseguem atingir. Sendo desses poucos a nova idéia, o resto é florear e embelezar, dizer de um outro jeito o que um dia já foi dito.
Por quanto tempo falaremos sobre as mesmas angústias e consequentemente, as mesmas experiêncas sem nos preocupar com o tédio?
Ninguém pensa na originalidade, porque pensar é difícil, demanda muito tempo e dedicação. Pensar é um dom.

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